Projeto Defensoria nas Escolas impacta mais de 7,6 mil estudantes, familiares, diretores e gestores da rede pública de ensino em cinco edições

Quinta edição, realizada em Samambaia, contabilizou 230 atendimentos pela Unidade Móvel de Atendimento Itinerante, além de mil alunos participantes dos encontros educativos

O projeto Defensoria nas Escolas, parceria da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) com a Secretaria de Educação (SEE/DF), impactou mais de 7,6 mil estudantes, familiares, diretores e gestores da rede pública de ensino em cinco edições. A quinta edição, realizada em Samambaia, contabilizou 230 atendimentos pela Unidade Móvel de Atendimento Itinerante, além de mil alunos participantes dos encontros educativos, que discutiram temas relacionados aos direitos e aos deveres dos cidadãos e à atuação da Defensoria Pública do DF.

Lançada em abril de 2024 no Centro de Ensino Médio 1 (Centrão) de Planaltina, a iniciativa impactou mais de seis mil estudantes do Plano Piloto, no Riacho Fundo, em Sobradinho e em São Sebastião. A primeira edição do evento, realizada no Plano Piloto, impactou mais de 2,5 mil estudantes, pais de alunos, diretores e gestores da rede pública da região. A segunda edição, que ocorreu em Sobradinho, alcançou mais de 1,6 mil pessoas da comunidade escolar. A terceira edição, no Riacho Fundo, impactou 960 cidadãos. A quarta edição ocorreu em São Sebastião e alcançou 479 pessoas. Em 2025, o projeto percorrerá todas as regiões administrativas do DF, promovendo o acesso à Justiça e a educação em direitos à comunidade escolar.

Para o Defensor Público-Geral, Celestino Chupel, a marca do alcance do projeto é histórica, impactando familiares, diretores e gestores escolares, que passam a ter mais instrumentos para lidar com desafios sociais e educacionais por meio dos serviços gratuitos prestados pela Unidade Móvel de Atendimento Itinerante e dos encontros educativos, fortalecendo a cultura de paz e do respeito aos direitos humanos no ambiente escolar. “Com o crescimento do projeto e sua presença em diversas regiões, a iniciativa consolida-se como um exemplo de como a proximidade dos serviços e a educação em direitos podem transformar realidades, prevenir conflitos e garantir que mais cidadãos tenham acesso à Justiça e à informação desde cedo”, comemorou.

“Este projeto tem sido essencial para reduzir significativamente as demandas sobre o Cartão Material Escolar (CME) na Ouvidoria, ao mesmo tempo em que orienta estudantes e responsáveis sobre o benefício. Nos dois primeiros meses do ano, conseguimos diminuir em cerca de 86% as manifestações registradas, demonstrando o impacto positivo da iniciativa na melhoria do atendimento e da comunicação com a comunidade escolar. A atuação da Defensoria Pública, com escuta ativa e acolhimento, reforça nosso compromisso com a garantia de direitos e o bem-estar dos estudantes e suas famílias. É com parcerias como essa que avançamos na construção de uma educação mais justa e acessível”, destacou a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá.

O Defensor Público e coordenador do projeto, Rodrigo Duzsinski, explica que a iniciativa garante que estudantes, familiares, professores e gestores da rede pública de ensino tenham acesso direto à assistência jurídica, promovendo inclusão e justiça social. “Além de fortalecer a cidadania e a autonomia da comunidade escolar, o atendimento itinerante contribui para a redução das desigualdades sociais, garantindo que todos tenham a oportunidade de buscar assistência jurídica de qualidade”, afirmou.

Para o Defensor Público e diretor da Easjur/DPDF, Evenin Ávila, levar conhecimento jurídico e social para dentro das escolas é promover a conscientização dos jovens sobre seus direitos e deveres e incentivar a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. “Os encontros educativos promovem o diálogo e a reflexão, contribuindo para a formação de indivíduos mais críticos, engajados e preparados para enfrentar desafios sociais. A presença da instituição nas escolas fortalece a prevenção de conflitos, criando um ambiente de confiança e apoio. Dessa forma, o projeto não apenas dissemina conhecimento, mas também atua na redução das desigualdades sociais e na promoção de uma cultura de direitos humanos e inclusão, impactando positivamente a vida dos estudantes e de suas famílias”, definiu.

Moradora de Samambaia, Gislaine Ricátia, de 30 anos, foi à quinta edição do Defensoria nas Escolas para acompanhar uma amiga que desejava solicitar a troca de escola da filha. No entanto, ao chegar à ação, descobriu que poderia resolver outras demandas. “Tenho uma ação em andamento para o reconhecimento de maternidade socioafetiva e agora sei como resolver o que está pendente. Facilitou bastante ter essa ação perto de casa, a maioria das pessoas tem dificuldade de ir até o fórum”, declarou.

Arlete Fernandes, de 38 anos, foi em busca de atendimentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). “Eu já fui duas vezes no Dia da Mulher e consegui resolver tudo o que eu precisava. Pela primeira vez, vim ao Defensoria nas Escolas. Os serviços prestados pela Defensoria Pública nos ajudam muito, principalmente quando vêm até a nossa região”, finalizou.

Projeto Defensoria nas Escolas

O projeto Defensoria nas Escolas tem como objetivo proporcionar a ressignificação do acesso à Justiça, por meio de atendimento jurídico gratuito e exclusivo ofertado pela Unidade Móvel de Atendimento Itinerante e encontros educativos ministrados por Defensores Públicos do DF e pela Subsecretaria de Atividade Psicossocial da DPDF (Suap/DPDF) e promovidos pela Escola de Assistência Jurídica da DPDF (Easjur/DPDF) em escolas públicas do DF.

Uma das pretensões da iniciativa é contatar as famílias que contam com crianças e adolescentes sem o registro de paternidade na certidão de nascimento. A informação é rastreada a partir das matrículas escolares e possibilita a busca ativa dessas mães para oferecer o atendimento jurídico, inovando a atuação institucional que ocorre tradicionalmente de forma espontânea, quando a população busca a DPDF. Nas quatro primeiras edições 1,5 mil crianças e adolescentes foram identificadas sem o nome do pai na certidão de nascimento. Na última edição, foram contabilizados 423 jovens nessa condição.

Por Jane Rocha

Edição: Caroline Bchara

ASCOM | 20 de março de 2025 | 13:20